11 cidades do Ceará não terão mulheres como vereadores; veja quais

A desigualdade de gênero na política brasileira é um tema persistente e de grande relevância, especialmente quando se observa a representatividade feminina nos cargos eletivos locais. Em 2024, em 11 municípios cearenses, nenhuma mulher foi eleita vereadora, um dado que alerta para as barreiras ainda existentes na busca por igualdade política. Este cenário destaca a necessidade de ações contínuas e eficazes para promover a participação feminina na política.

Entendendo o cenário atual

No Ceará, embora o número de vereadoras eleitas tenha chegado a 504 neste ano, essa cifra ainda reflete uma presença reduzida nos espaços decisórios. A capital, Fortaleza, exemplifica essa estagnação: dos 43 assentos disponíveis, apenas 9 serão ocupados por mulheres, mantendo o mesmo número da legislatura anterior. Isso ressalta que a presença de mulheres em posições de poder enfrenta um desenvolvimento lento, apesar de alguns progressos isolados.

Historicamente, as mulheres têm enfrentado dificuldades para acumular capital político comparável ao de seus pares masculinos, que por vezes já estão estabelecidos em círculos influentes e redes de apoio.

  • Resistência eleitoral à novidade: Muitas eleitores tendem a privilegiar candidatos já conhecidos e com percurso político testado.
  • Capitais políticos desiguais: As mulheres costumam começar suas carreiras com menos recursos e apoio do que seus colegas homens, enfrentando obstáculos adicionais para estabelecer suas campanhas.

Implicações das cotas de gênero

As cotas de gênero, estipulando que 30% das candidaturas devem ser femininas, representam uma tentativa legislativa de corrigir essa disparidade. No entanto, embora o Ceará tenha registrado um índice de 23,19% de vereadoras em 2024, esse número ainda fica aquém do ideal preconizado pelas cotas. Este cenário revela a necessidade de mecanismos adicionais para reforçar essas políticas e garantir que as cotas sejam mais do que uma diretriz mínima.

Recente jurisprudência tem se mostrado firme: partidos que não cumprem com a regra podem ter sua chapa completa invalidada. No entanto, ainda há uma sub-representação significativa que evidencia que as cotas, por si só, não são suficientes para garantir igualdade.