Situação das casas na Bahia gera grande preocupação
A situação do saneamento na Bahia é preocupante, pois lá há mais de 1 milhão e 900 mil residências sem rede de esgoto. Esse dado alarmante representa 40,5% das casas baianas com algum tipo de banheiro e destaca a falta de cobertura do serviço de saneamento básico no estado.
Os números foram obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) no ano de 2022. Além da falta de rede de esgoto, também foi constatado que 771 mil imóveis na Bahia não possuem acesso a água potável. Confira!
Reação em cadeia
Essa realidade não se limita apenas às áreas rurais. Em Salvador, por exemplo, diversas comunidades enfrentam problemas como a ausência de coleta de lixo, falta de esgoto e falta de água encanada. Uma dessas comunidades é a Vila Atalaia, no bairro de Cassange.
Segundo o engenheiro sanitarista Jonatas Sodré, a ausência de coleta e tratamento de esgoto acarreta uma série de consequências, afetando diretamente outros serviços.
“A falta de esgoto leva também a um problema de drenagem urbana, que leva a um problema de saúde pública, que faz com que as crianças deixem de ir para a escola, que faz com que as mães deixem de trabalhar, e isso acomete principalmente as populações mais vulneráveis”, explica ele.
Soluções alternativas
Na residência do pedreiro Antônio de Jesus, não há serviço de coleta de esgoto e lixo, resultando no acúmulo desses resíduos em buracos que depois são incinerados. Já na casa de Antônio Barbosa, também pedreiro, localizada na Vila Atalaia, a água utilizada é coletada por meio da chuva há, pelo menos, 12 anos.
Na cidade de Juazeiro, a quinta maior cidade da Bahia, os moradores quilombolas da comunidade Alagadiço, situada em uma área rural, precisam bombear a água diretamente de um rio.
Essa água é armazenada em uma caixa d’água e, em seguida, é direcionada às torneiras sem nenhum tipo de tratamento. Jonatas esclarece que, infelizmente, é possível que algumas famílias nunca tenham acesso à rede de abastecimento de água devido à falta de métodos e mecanismos necessários.
“Ainda vai existir uma parcela da população baiana que a tecnologia não vai chegar. São pessoas que vivem em sítios isolados, não é possível construir uma rede de água para atender só aquela família. São pessoas que vivem em pequenas comunidades isoladas, que precisam ser atendidas por outros sistemas isolados”, disse.
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