Crise climática em pauta: ONU clama por compromisso do G20 na redução de emissão de gases
No mês de julho de 2023, um novo recorde de calor, resultado da crise climática, foi estabelecido na Terra, ultrapassando em 0,33 °C a marca anterior atingida em julho de 2019.
O anúncio foi feito pelo observatório europeu Copernicus na última terça-feira (8). Essa elevação nas temperaturas está diretamente ligada a ondas de calor que afetaram extensas regiões da América do Norte, Ásia e Europa.
O líder máximo da ONU afirma que os impactos da crise climática já se fazem sentir de maneira alarmante, sublinhando que o que estamos presenciando é apenas o princípio de uma realidade preocupante.
Onde está a culpa do G20?
O conjunto das 20 principais economias globais, formando o G20, é responsável por aproximadamente 80% das emissões mundiais de gases de efeito estufa.
Nesse contexto, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, sublinhou a imperativa necessidade de que essas nações intensifiquem suas ações relacionadas às mudanças climáticas e fortaleçam o princípio de justiça climática.
Além disso, o secretário-geral pressionou por planos concretos visando a eliminação do uso de carvão até 2040, bem como uma atuação decidida por parte das instituições financeiras para cessar a concessão de empréstimos e investimentos voltados aos combustíveis fósseis.
Ao responder a indagações dos jornalistas, ele assegurou que a próxima Cúpula do G20, marcada para setembro na Índia, desempenhará um papel de vital importância. Ele ressaltou que nenhuma outra nação terá capacidade para mitigar as consequências se o G20 não adotar medidas sérias para uma redução drástica nas emissões.
As medidas adotadas para solucionar a crise climática não são suficientes
Diversas oportunidades cruciais estão surgindo com o potencial de alterar essa trajetória. Dentre essas, destacam-se a Cúpula Climática da África, a Cúpula do G20, a Ambição Climática da ONU e a Conferência sobre Mudança Climática (COP28), agendada para ocorrer nos Emirados Árabes Unidos.
Antes da divulgação do relatório, Álvaro Silva, climatologista da OMM baseado em Lisboa, ressaltou em entrevista à ONU News a importância de aprimorar os planos de adaptação, em adição aos esforços de mitigação.
“Estamos cada vez mais a experienciar aquilo que foi antecipado há muitos anos do ponto de vista de mudança climática. É importante não esquecer que temos que acelerar a adaptação, porque muitas vezes a adaptação pode não ser suficiente”, disse.
Imagem: Reprodução/Ryoji Iwata