Porta-aviões afundado no litoral de Pernambuco pode causar danos ambientais a longo prazo; saiba o motivo
De acordo com ambientalistas, o porta-aviões que foi afundado no litoral do estado de Pernambuco poderá causar impactos ambientais no futuro. Vale ressaltar que, desde a decisão pelo afundamento, a Marinha do Brasil já foi alvo de três ações civis públicas sobre o tema na Justiça Federal de Pernambuco.
Saiba mais detalhes a respeito do caso polêmico.
Afundamento de porta-aviões poderá causar problemas ambientais no futuro
O navio São Paulo tinha sido vendido pela Marinha para uma empresa turca, mas sua entrada no país europeu foi negada. Com essa indefinição, o porta-aviões passou meses vagando pela costa brasileira, próximo a Pernambuco. Além disso, com o tempo, os danos do casco da embarcação foram agravados.
Desse modo, a decisão dos militares foi afundar o navio pelo valor de R$ 37,2 milhões, ou seja, três vezes mais do que a Marinha havia recebido pela sua venda. No entanto, a principal preocupação é com os possíveis problemas ambientais causados por esse porta-aviões, que agora se encontra no fundo do mar.
Vale ressaltar que a empresa turca enviou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) um relatório com os materiais perigosos presentes na embarcação. Segundo o documento, havia 9,2 toneladas de amianto, substância causadora de câncer e proibido no Brasil.
Nesse sentido, de acordo com a engenheira civil Fernanda Giannasi, fundadora da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto, o porta-aviões afundado poderia apresentar ainda mais amianto do que a quantidade que foi apontada no relatório da companhia turca.
“O inventário de tóxicos do navio não estava completo. Apenas 12% do navio estava investigado. Não se pôde entrar no navio todo, então não se sabia o que tinha lá dentro. Eles falavam em nove toneladas de amianto, quando o navio irmão dele, o Clemenceau, tinha 900 toneladas”, ressaltou a engenheira civil.
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Imagem: Reprodução/Genilson Araújo