Novo aterro no Pará pode prejudicar quilombolas; saiba mais sobre o caso
Um aterro sanitário, que recebe lixo de Belém, Ananindeua e Marituba, deve ter suas atividades suspensas a partir de novembro, mas até o momento não há uma solução para a destinação dos resíduos das cidades. Quilombolas estão denunciando a construção de um aterro prejudicial ao meio ambiente. Saiba mais detalhes sobre o impasse no estado do Pará.
Quilombolas estão protestando novo aterro prejudicial ao meio ambiente
O atual aterro sanitário da região atende os municípios de Belém, Ananindeua e Marituba, mas, por causa de uma determinação judicial, não poderá mais funcionar a partir do mês de novembro. Com isso, quilombolas estão denunciando que o possível novo aterro será prejudicial para o meio ambiente do local.
Nesse sentido, Odaísa Cruz, líder comunitária e moradora da comunidade Menino Jesus, um dos locais que serão afetados pela construção do novo aterro, explicou que duas áreas estão sendo estudadas para a instalação, nos quilômetros 17 e 32 da rodovia estadual PA-483, mais conhecida como Alça-Viária.
“A gente denuncia que as áreas onde querem construir o aterro são próximas a nascentes, igapós, poços, o próprio Rio Guamá fica perto, também é uma região de muitos animais, e tudo isso está ameaçado. Para as comunidades, isso é prejudicial porque os rios são nossa fonte de sobrevivência”, afirmou a líder.
Vale ressaltar que o impasse já perdura por cerca de dois anos, tanto que o movimento “Fora Lixão de Bujaru e Acará” foi organizado entre comunidades quilombolas da região para realizar protestos e fazer visitas a instituição estaduais e federais. A área estudada poderia afetar uma população de 8 mil pessoas.
“A nossa comunidade é confinante com o terreno onde eles querem implantar o aterro e nunca fomos consultados. De qualquer forma, somos contra. A gente não quer nenhum tipo de conversa, queremos que respeitem nosso território”, reforça a moradora da comunidade.
Imagem: Reprodução/TV Liberal