Estudo indica 74 cidades do Ceará em risco de desastres naturais

Recentes estudos sobre mudanças climáticas no Brasil têm apontado um aumento signficativo no número de áreas de risco de desastres naturais, com um foco particular nos desafios enfrentados pelo Estado do Ceará. De Fortaleza a pequenos municípios serranos, a ameaça de inundações, deslizamentos e outras calamidades intensifica-se, exigindo respostas ágeis e efetivas das autoridades locais e nacionais.

Em uma escalada preocupante, Fortaleza e outras 73 cidades cearenses estão agora incluídas numa lista de prioridades para monitoramento crítico de incidentes naturais. Este reforço na vigilância é uma resposta às vulnerabilidades identificadas pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que observa uma disposição geográfica e climática frequentemente adversa nesses locais.

Por que o número de cidades cearenses em risco aumentou consideravelmente?

A expansão da lista de cidades em risco não está descolada da realidade dos crescentes desafios que as mudanças climáticas impõem. Segundo o Cemaden, o Estado do Ceará mostrou um salto de 39 para 74 municípios considerados vulneráveis desde o último levantamento. Este aumento ocorre principalmente devido a novos critérios que incluem a frequência de eventos extremos e o número de desalojados devido a essas calamidades nos últimos anos.

Quais são as principais causas dessa vulnerabilidade?

  • Municípios listados anteriormente como críticos em 2012;
  • Registros de mortes por desastres naturais nas últimas três décadas;
  • Alto número de desastres registrados no período;
  • Grande quantidade de pessoas em áreas de risco geo-hidrológico;
  • Vulnerabilidade acentuada a inundações identificadas em estudos recentes.

Consequências e medidas de preparação em curso

Diante do aumento da frequência e intensidade dos fenômenos extremos, as consequências são diretas para a população dessas regiões. Inundacões, enxurradas e deslizamentos de terras tornam-se mais comuns, impelindo a necessidade de uma estrutura de defesa civil robusta e bem integrada. Haroldo Gondim, Coordenador de Proteção e Defesa Civil do Estado do Ceará, destaca que existe uma carência marcante de recursos humanos e materiais para enfrentar tais desafios.

A eficácia na gestão de desastres passa não apenas pela resposta imediata, mas principalmente pelo planejamento e prevenção. A inexistência de um plano de ação estadual formalizado, com diretrizes claras para cada município, aparece como um obstáculo significativo. Além disso, com a renovação de mandatos políticos, muitas conexões previamente estabelecidas entre governo estadual e municipal tendem a se dissipar, prejudicando a continuidade dos esforços.

O que é necessário para melhorar a gestão de riscos de desastres no Ceará?

Para enfrentar tais adversidades climáticas com mais eficiência, é vital que o Ceará invista em formação de profissionais qualificados e infraestrutura para a Defesa Civil, além de desenvolver planos de contingência que sejam adaptáveis e escaláveis. Também se faz necessária a promoção de uma maior conscientização da população sobre os riscos associados às ocupações em áreas vulneráveis e o papel de cada indivíduo na minimização de impactos.

O planejamento urbano e rural precisa considerar cada vez mais os cenários de riscos naturais, com políticas de habitação e gestão ambiental que priorizem a segurança da população. Através de uma abordagem integrada, combinando ciência, tecnologia e ação comunitária, o Ceará poderá se fortalecer diante dos crescentes desafios impostos pelas mudanças climáticas.