Pesquisa revela número assustador de mulheres que já sofreram violência em deslocamentos por Fortaleza
Um levantamento recente, conduzido pelo Instituto Patrícia Galvão em parceria com a Locomotiva, revela dados alarmantes sobre a sensação de insegurança das mulheres em Fortaleza. Os resultados mostram que 77% das mulheres têm medo de sofrer algum tipo de violência ao se deslocarem pela cidade. Essa insegurança surge da combinação de assaltos, sequestros, estupros e assédio sexual.
A pesquisa indica também que as entrevistadas percebem que é responsabilidade do Estado, especialmente da prefeitura, implementar medidas para aumentar a segurança.
Medo de violência em Fortaleza
De acordo com o estudo, a proporção de mulheres que declaram ter medo de assalto, furto ou sequestro-relâmpago é extremamente alta. Em Fortaleza, esse índice chega a 79%, enquanto a média nacional é de 66%. O temor do estupro também é um fator significativo, com 73% das fortalezenses expressando grande medo, número superior à média nacional de 66%.
Ao detalhar as causas da insegurança, as mulheres apontam:
- 57% – Ausência de policiamento
- 48% – Falta de iluminação pública
- 49% – Ruas desertas e vazias
- 44% – Espaços públicos abandonados
- 38% – Falta de respeito/agressividade das pessoas
- 37% – Falhas no transporte público
- 36% – Falta de empatia/solidariedade
- 26% – O horário de deslocamento
Bárbara Leão, de 28 anos, relatou experiências pessoais de assédio em transporte público, destacando que se sente mais segura usando aplicativos de transporte, embora ainda tenha precauções adicionais, como compartilhar sua localização em tempo real com amigas e familiares.
Medidas de segurança nos transportes são eficazes?
Apesar das alternativas de transporte, como os aplicativos, ainda há casos de assédio nesses veículos privados. Bárbara explica que a proteção individual se tornou uma regra e as medidas de segurança viraram rotina, principalmente porque ela frequentemente anda sozinha.
As recomendações para melhorar a sensação de segurança incluem:
- Melhoria na iluminação pública
- Revitalização de espaços abandonados
- Aumento no número de linhas de ônibus
- Diminuição do tempo de espera pelo transporte público
A Plataforma Nina, lançada em 2022, oferece uma ferramenta para denúncias de assédio. As vítimas podem se cadastrar via WhatsApp e fornecer detalhes como número do veículo, horário e características do agressor para facilitar a identificação. É importante lembrar que a denúncia na plataforma não substitui o Boletim de Ocorrência (BO), necessário para a aplicação da Lei da Importunação Sexual vigente desde 2018.