Cidade do Ceará tem água com quantidade absurda de urânio detectada

Recentemente, teste realizado pela Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) revelou que 14 das 15 amostras de água coletadas no distrito de Trapiá, em Santa Quitéria, apresentaram níveis de urânio superiores ao permitido pela legislação vigente. Este resultado despertou preocupações quanto à saúde pública na região, que é conhecida por suas ricas jazidas do mineral.

Resultados da análise e impactos na saúde

De acordo com a portaria GM/MS nº 888/21, a concentração máxima aceitável de urânio na água é de 0,03mg/L. Este limite foi excedido na maioria das amostras analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen), posteriormente revisadas pelo Instituto Evandro Chagas. A Sesa assegura que, até o momento, não há registro de condições clínicas relacionadas ao metal, no entanto, é sabido que o urânio pode afetar principalmente as funções renais.

Como resposta imediata, o Governo do Ceará implementou um plano abrangente para minimizar o risco à população. Entre as ações, destaca-se a criação de um Comitê Emergencial para Gerenciamento de Riscos, a interdição dos pontos de coleta de água contaminados, e a distribuição de água potável através de carros-pipa. Além disso, uma adutora será ativada, garantindo o transporte de água do açude Araras para a região afetada.

  • Criação de um Comitê Emergencial para Gerenciamento de Riscos e Contenção de Danos
  • Interdição imediata dos pontos de coleta de água com presença de urânio
  • Distribuição diária de água potável através de 15 carros-pipa
  • Ativação de adutora para fornecimento de água segura à comunidade

Contexto do projeto de extração de urânio em Santa Quitéria

A preocupação em Santa Quitéria é amplificada pelo projeto de exploração da mina de urânio na fazenda Itataia, local onde a maior mina de urânio do Brasil está prevista para ser explorada. A Comissão Nacional de Energia Nuclear já aprovou a construção do complexo de beneficiamento do mineral, que será executado pelo Consórcio Santa Quitéria, formado pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a Galvani Fertilizantes. Este consórcio prevê a exploração da jazida por 20 anos.

A Sesa está realizando uma nova fase de coleta e análise de amostras ao longo de todo o município de Santa Quitéria, para monitorar continuamente a situação. Este novo conjunto de amostras será recolhido no início de novembro. As autoridades locais reiteram seu compromisso com implementações adicionais de segurança conforme necessário, garantindo o bem-estar da população da região de Trapiá.