Indígena do Pará ganha prêmio nos Estados Unidos
A líder indígena do Pará, Alessandra Munduruku, ganhou o prêmio Goldman de Meio Ambiente, o maior da categoria nos Estados Unidos. A ativista foi premiada por organizar a campanha para impedir a extração de cobre dentro de territórios reservados.
Desde 2015, Alessandra Munduruku saiu da sua aldeia para lutar pelos direitos da sua comunidade. Ela e outros cinco ativistas ganharam prêmios por seus feitos a favor dos indígenas.
Indígena do Pará premiada pelo Goldman de Meio Ambiente
Em 2023, a premiação ambiental Goldman completou seu 34º aniversário. Os vencedores do prêmio deste ano foram Alessandra Munduruku, indígena do Pará, Chilekwa Mumba, da Zâmbia, Delima Silalahi, da Indonésia, Diane Wilson, dos EUA, Tero Mustonen, da Finlândia, e Zafer Kızılkaya, da Turquia.
Os ganhadores receberão o prêmio nesta segunda-feira, dia 24 de abril, e será transmitido ao vivo pelo canal do Youtube do Goldman. A premiação também é conhecida como “Prêmio Nobel Verde” e foi fundada em 1989 pelos filantropos dos Estados Unidos, Richard e Rhoda Goldman.
A indígena do Pará, Alessandra Munduruku, foi premiada pela sua campanha internacional realizada em 2021 que afastou uma mineradora de terra do território do seu povo na Amazônia.
Alessandra Munduruku
Alessandra Korap Munduruku é líder do povo indígena Munduruku no Pará. Ela foi a responsável por lutar contra a exploração das suas terras pela empresa mineradora Anglo American.
Ela tem 39 anos e desde 2015 luta a favor dos direitos do seu povo. O governo brasileiro não reconhece oficialmente a terra indígena Sawré Muybu, no Pará, apesar dela abrigar diversas comunidades, como a Munduruku, por exemplo.
Assim, as terras ficam vulneráveis a todo tipo de exploração, como a extração de madeira, projetos hidrelétricos e o uso do território para a pecuária. Desde 2020 a mineração ilegal aumentou no Brasil, a contaminação do rio Tapajós matou diversos peixes locais e envenenou moradores indígenas.
Em sua campanha, Alessandra Munduruku alertou as comunidades em reuniões, arrecadou fundos para colaborar com aliados para elaborar uma carta aberta para a empresa mineradora Anglo American.
Além disso, ela também fez parcerias com a Greenpeace, Amazon Watch e outros líderes indígenas para divulgar a mensagem em fóruns internacionais e conferências. Em 2021 a Anglo American concordou em retirar seus 27 pedidos aprovados para mineração nas terras indígenas.
Imagem: Reprodução / Goldman Environmental Prize