Ataque cibernético tentou desviar R$ 9 milhões em salários de servidores do Ceará

Um grupo criminoso suspeito de tentar desviar R$ 9 milhões em salários de 612 servidores do Governo do Ceará foi alvo de uma operação conjunta das polícias dos estados do Ceará, Paraíba e Goiás na última quarta-feira (7). De acordo com as investigações policiais, a quadrilha invadiu um sistema da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Ceará (Seplag).

O delegado-geral da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) informou que foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, sendo dois em Fortaleza, um em Campina Grande (PB) e outro em Goiânia (GO). As forças policiais envolvidas incluíram a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), da Paraíba (PCPB) e de Goiás (PCGO).

Como ocorreu a tentativa de desvio dos salários?

A tentativa de desvio dos salários do Governo do Ceará não foi concretizada porque a Seplag notificou as autoridades logo após detectar a atividade suspeita. Os servidores afetados eram de diversas pastas da administração estadual, e os crimes ocorreram entre abril e maio deste ano. O homem apontado como o principal responsável, de 33 anos, foi preso em um hotel de luxo em Caldas Novas, Goiás.

O principal suspeito preso é natural da Paraíba e possui especialização em Tecnologia da Informação. Ele já trabalhou como analista desenvolvedor no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e é acusado de invasão de dispositivo de informática e tentativa de furto qualificado. As investigações indicam que ele já havia realizado golpes semelhantes em várias regiões do país.

Quais foram as ações realizadas pela força-tarefa?

Durante a operação, um carro de luxo da marca BMW, avaliado em R$ 250 mil, foi apreendido. Outra pessoa, residente na Paraíba, também foi alvo da força-tarefa e é considerada foragida da Justiça. Segundo Edivando França, diretor do Departamento de Inteligência da PCCE, todos os suspeitos possuem “grande conhecimento cibernético”.

Edivando França enfatizou que o líder do grupo criminoso abandonou seu emprego fixo para se dedicar exclusivamente aos ataques cibernéticos. Ele afirmou que “o futuro criminoso é no ambiente cibernético” e que os golpes que antes aconteciam nas ruas agora migraram para a internet. O homem preso vivia uma vida luxuosa, evidenciada pelos produtos adquiridos com os golpes cibernéticos anteriores.