Brasil foi eleito o segundo país mais perigoso para este grupo de pessoas
O relatório de 2024 da Transparência Internacional destaca a crescente preocupação com o impacto da corrupção nas políticas ambientais, sublinhando a gravidade desse tema no Brasil. Segundo o documento, o país é considerado um dos mais perigosos para defensores do meio ambiente, atrás apenas da Colômbia. Apesar de alguns avanços, como a aplicação da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA), as questões ambientais e a corrupção permanecem intimamente ligadas, exigindo atenção imediata.
A corrupção tem o potencial de desviar recursos que poderiam ser usados em projetos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Isso ocorre em diversas esferas, desde os projetos de infraestrutura até a execução de políticas públicas destinadas à conservação ambiental. A falta de fiscalização eficaz facilita fraudes e desvios, comprometendo não apenas a integridade ambiental, mas também a segurança dos que se dedicam a proteger o meio ambiente.
Como a corrupção afeta os defensores ambientais?
A segurança dos defensores ambientais é gravemente afetada pela corrupção. Dados recentes indicam um aumento significativo no número de defensores assassinados em países onde a percepção da corrupção é alta. O Brasil se destaca negativamente nesse cenário, com um número considerável de ativistas ambientais sendo vítimas de violência. A falta de proteção adequada e a corrupção endêmica criam um ambiente perigoso para aqueles que lutam pela preservação do meio ambiente.
A corrupção impede a implementação eficaz de políticas climáticas ao desviar fundos e comprometer a execução de programas ambientais. Para que o Brasil possa enfrentar de maneira eficaz os desafios climáticos, é essencial adotar medidas contra a corrupção. Isso envolve aumentar a transparência dos órgãos públicos e garantir que os recursos sejam usados de acordo com o propósito pretendido. Com a realização da COP em Belém, em 2024, o Brasil tem a oportunidade de mostrar liderança global nesse aspecto.
O relatório também observa desafios políticos, como a falta de uma postura firme do governo em relação à anticorrupção. A persistência de práticas corruptas associadas a emendas parlamentares e a recente aprovação de emendas constitucionais controversas são vistas como barreiras ao progresso. No entanto, decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal, destinadas a aumentar a transparência, representam passos importantes na direção certa, apesar dos riscos de retrocesso em algumas áreas.