Capital de Pernambuco não realiza obras contra inundações há 30 anos

Há mais de duas décadas, Pernambuco tem enfrentado a carência de investimentos estruturais para prevenir enchentes na região do Grande Recife, especialmente devido à recorrência anual das tempestades na Região Metropolitana. As inundações têm impactado severamente o município de Jaboatão dos Guararapes e a situação parece se agravar a cada ano.

Neste ano, no dia 14 de junho, o rio Jaboatão transbordou, resultando no desabrigo de famílias nas localidades de Marcos Freire e Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, além de diversos bairros de Moreno. Muitas residências foram afetadas, obrigando as famílias a deixarem suas casas. Leia mais!

Histórico

“As últimas grandes intervenções para evitar enchentes no Grande Recife aconteceram entre o final dos anos 1970, como reação diante da cheia de 1975 na capital, até meados dos anos 1990, com intervenções no canal do Jordão. Desde então, temos projetos que não saem do papel ou não são concluídos”.

Essa foi a reclamação do engenheiro Kleiton Lins, especialista em Infraestrutura de Transportes e Hidrologia. Após 1975, foram empreendidas iniciativas para lidar com as inundações na região metropolitana, como a construção das barragens de Carpina e Jucazinho. Finalizadas em 1998, elas tiveram um papel fundamental no controle do rio Capibaribe e na redução das inundações.

No entanto, desde então, alguns projetos importantes para conter as enchentes durante o período chuvoso foram abandonados ou ficaram apenas no papel. Um exemplo é a barragem do Engenho Pereira, de extrema importância para controlar o rio Jaboatão e evitar inundações em cidades como Jaboatão dos Guararapes e Moreno.

Barragem de Moreno

No mês de maio de 2017, o Movimento Todos Juntos Pela Barragem de Moreno mobilizou um abaixo-assinado demandando a construção da barragem. Na época, ocorreu uma reunião entre a bancada federal de Pernambuco e o Ministério da Integração Nacional, buscando articular o apoio do governo federal para o projeto.

Em junho do ano passado, a pausa no projeto foi debatida na Assembleia Legislativa, seguida pelo envio de uma comunicação da Alepe ao governo de Pernambuco e à Compesa, reiterando a cobrança pela retomada das obras.

No momento, ainda não há uma previsão para a retomada da construção da barragem. A Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Saneamento informou que estão sendo realizados estudos de modelagem econômica para definir a abordagem mais adequada para a conclusão do empreendimento.

A secretaria pretende estabelecer, ainda neste semestre, o arranjo mais viável para retomar os serviços.

Imagem: Reprodução/Freepik