Ceará já gerou mais de 31 mil postos de trabalho em 2024

O Ceará se destacou como o segundo estado com o melhor saldo de empregos no primeiro semestre de 2024, com um total de 31.529 postos de trabalho criados. Esse número representa empregos gerados a mais do que as demissões no período. O estado ficou atrás apenas da Bahia, que acumulou 54.435 novos empregos no ano.

Os dados, fornecidos pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram incluídos no Boletim Macro Regional—publicação mensal do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do FGV IBRE, divulgada na terça-feira (17). A seguir, analisamos os detalhes e implicações desses números.

Saldo de empregos no Ceará

No acumulado de 2024, o Nordeste gerou um total de 142,3 mil empregos formais, com destaque para o Ceará e a Bahia. Esses dois estados foram responsáveis por uma parte significativa do saldo positivo na região. Em junho de 2024, o Nordeste teve um saldo de 45.940 novos empregos, comparado aos 33.182 do mesmo mês em 2023.

Este resultado foi o melhor registrado em 2024, evidenciando um mercado de trabalho robusto na região. Em números específicos, foram admitidas 281.900 pessoas e desligadas 236.000 em junho. O estoque de empregos formais no Nordeste aumentou para mais de 7,7 milhões, com uma variação positiva de 0,60% em relação a maio de 2024.

Quais setores mais geraram empregos no Ceará?

O setor de serviços foi o grande protagonista na geração de empregos em junho de 2024, com mais de 17.000 novos postos de trabalho na região Nordeste. Em seguida, a indústria adicionou 10.300 empregos, e o comércio criou 9.600 vagas.

No setor de serviços, áreas como informação e comunicação tiveram um saldo positivo de 9.400 empregos. No comércio, o varejo se destacou com 6.200 novas vagas. Já o setor industrial viu a indústria de transformação criar quase 9.000 empregos.

Desempenho comparado outros estados nordestinos

Analisando os estados individualmente, todos os nove estados nordestinos tiveram saldos positivos em junho de 2024. Além do Ceará e da Bahia, Pernambuco também se destacou, com a criação de 24.500 vagas, representando 53,4% da geração total de empregos da região.

A especialista da FGV, Isadora Osterno, enfatizou a importância de se comparar o desempenho do Ceará com ele mesmo ao longo do tempo, destacando a excelente performance do estado na geração de empregos ao longo do ano.

Impacto na taxa de desemprego e rendimento médio

A taxa de desocupação no Nordeste caiu para 9,4% no segundo trimestre de 2024, abaixo dos dois dígitos pela primeira vez, mas ainda superior à média nacional de 6,9%. O Ceará teve uma das menores taxas de desemprego da região, com 7,5%, atrás apenas do Maranhão, que registrou 7,3%.

O rendimento médio também apresentou crescimento. No segundo trimestre de 2024, o rendimento médio habitual subiu para R$ 2.238,00, um aumento de 8,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse aumento sugere uma recuperação do poder de compra dos trabalhadores, possivelmente devido a reajustes salariais e ao aumento da demanda por mão de obra.

Visão geral do Boletim Macro Regional

O Boletim Macro Regional, iniciado em setembro de 2024, é uma publicação mensal que visa compilar dados relevantes de instituições como o Banco Central, Caged e IBGE. A intenção é oferecer uma visão abrangente e detalhada sobre a economia do Nordeste, auxiliando governos, empresas e a sociedade civil na tomada de decisões.

Flávio Ataliba, coordenador do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste, afirmou que o boletim é essencial para compreender a dinâmica econômica da região, com análises mensais sobre PIB, mercado de trabalho, inflação e comércio exterior.