Ceará tem 74 cidades com risco de desastres, diz estudo do Governo

As alterações climáticas têm se mostrado uma realidade cada vez mais presente e seus efeitos devastadores não escolhem fronteiras. No Ceará, um estado brasileiro conhecido por suas belas praias e clima predominantemente quente, a situação não é diferente. Municípios cearenses estão enfrentando desafios crescentes relacionados a inundações, deslizamentos e enxurradas.

Como o Ceará está enfrentando os desafios climáticos?

Recentemente, um estudo do Governo Federal, com apoio do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), destacou que 74 cidades do Ceará estão vulneráveis a desastres naturais intensificados pelas mudanças climáticas. Este número é significativamente maior em comparação a um estudo anterior, enfatizando a crescente preocupação com fenômenos extremos.

Cidades como Fortaleza, Caucaia, Sobral e Juazeiro do Norte, por sua geografia e densidade populacional, são consideradas de alto risco. Os dados indicam que esses locais estão especialmente susceptíveis a inundações e enxurradas, que podem causar não apenas danos materiais significativos, mas também representar riscos sérios à vida humana.

Quais são os critérios para uma cidade ser considerada de risco?

  • Estar na lista de 821 municípios críticos de 2012;
  • Registro de mortes relacionadas a desastres entre 1991 e 2022;
  • Pelo menos 10 ocorrências de desastres registradas no mesmo período;
  • 900 pessoas desalojadas/desabrigadas entre 1991 e 2022;
  • 500 pessoas em áreas com risco geo-hidrológico;
  • Alta vulnerabilidade a inundações de acordo com o Atlas da Agência Nacional das Águas (ANA) de 2014;
  • 400 dias com chuvas acima de 50 mm entre 1981 e 2022.

O que tem sido feito para prevenir esses desastres?

Apesar dos esforços em curso, o Ceará ainda se mostra despreparado em termos de estrutura e planejamento em defesa civil para lidar com tais calamidades. Problemas como a falta de integração entre as defesas civis locais e a carência de recursos humanos e materiais dificultam a execução de planos de ação eficazes em momentos críticos.

  • Monitoramento: Ações de monitoramento constante são essenciais para garantir uma resposta rápida.
  • Educação: Informar a população sobre riscos e medidas preventivas é outro pilar fundamental para a prevenção.
  • Planejamento urbano: Investir em infraestrutura adequada e revisar o planejamento das cidades pode minimizar riscos futuros.

Além das ações governamentais, a participação comunitária é vital. Através da educação ambiental e engajamento dos cidadãos nos processos de decisão local, é possível fortalecer a resiliência das cidades frente a situações adversas causadas por fenômenos naturais extremos.

Os desafios impostos pelas mudanças climáticas são grandes, mas com planejamento, educação e cooperação, o Ceará pode melhorar sua capacidade de resposta, minimizando os impactos desses eventos extremos sobre sua população e economia. Cada passo em direção a uma melhor preparação é um passo afastando-se do potencial de tragédia.