Cearenses que votaram em Pernambuco até 2020 estão na mira de conflito
Até 2022, os moradores da cidade de Salitre, no sul do estado do Ceará, eram recebidos pelas escolas municipais Antônio José de Albuquerque e Irineia Enoque Rodrigues para depositarem seus votos nas eleições. Mas, em 2022, as escolas não tiveram seções, pois não faziam mais parte do território cearense.
Saiba mais detalhes sobre o caso.
Conflito ocorre porque escolas estavam no território do estado vizinho
O caso acontece por causa da existência de um conflito territorial entre as cidades de Salitre, no Ceará, e Ipubi, em Pernambuco. Nesse sentido, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade cearense, na verdade, é do estado vizinho, o que traz consequências aos seus moradores.
Além das questões de pertencimento e identidade, até mesmo as eleições do ano passado foram influenciadas pelo conflito. Isso porque, em 2022, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) seguiu o mesmo entendimento do IBGE. Com isso, duas escolas foram proibidas de funcionar como seções eleitorais.
De acordo com o TRE, a decisão acontece porque os equipamentos de votação estariam presentes no território do estado vizinho Pernambuco e, por isso, as escolas não poderiam receber eleitores do Ceará. Os mais de 14 mil moradores de Salitre aptos a votar foram surpreendidos com a notícia da suspensão.
Antes das eleições, a prefeitura entrou em contato com o órgão para resolver a situação, inclusive com uma reunião entre o prefeito Dodó de Neoclides (PROS) e o corregedor do Tribunal TRE-CE e desembargador Raimundo Nonato. No entanto, a não utilização das escolas acabou sendo mantida nas eleições de 2022.
Segundo o TRE, a suspensão aconteceu porque “os respectivos locais de votação passaram a integrar o território de Pernambuco”. O remanejamento dos eleitores foi feito para outras escolas completamente no interior da cidade de Salitre, o que permitiria, portanto, o voto dos moradores cearenses nas eleições.
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Imagem: Reprodução/Thiago Gadelha
