Estudo revela que quase metade de Recife corre alto risco de desastres naturais

O aumento na frequência e intensidade de inundações em áreas urbanas tornou-se um problema crescente para muitas cidades brasileiras, e Recife está no centro dessa questão. Uma recente pesquisa realizada pelo Instituto para a Redução de Riscos e Desastres (IRRD) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) mostrou que quase metade do território da cidade está em alto risco de inundações.

A situação é agravada não apenas pelo aumento das chuvas intensas, um fenômeno associado às mudanças climáticas, mas também pela falta de infraestrutura adequada para gerenciar essas águas. O levantamento feito pelo IRRD aponta que os episódios de alagamentos em Recife têm se intensificado nos últimos três anos, fato que chama a atenção dos pesquisadores e das autoridades locais.

O que mostra o relatório sobre as enchentes em Recife?

Segundo o relatório do IRRD, 44% do território de Recife apresenta alto risco para ocorrência de inundações. Esse dado é alarmante e coloca em risco a vida e o patrimônio das pessoas. A pesquisa identificou 54 pontos críticos para alagamento, incluindo avenidas e cruzamentos importantes, geralmente próximos a cursos d’água e em zonas de baixo relevo.

A parceria entre diferentes instituições, como o Instituto Keizo Asami (Lika) da UFPE e o Programa de Mestrado Profissional em Gestão Ambiental do IFPE, mostra o empenho em monitorar e combater esse problema. Esse monitoramento é vital para a atualização constante dos mapas de risco e para a formulação de estratégias mais eficazes para prevenir danos maiores à população.

Uma das principais ações para conter o problema dos alagamentos em Recife é o plano Promorar, desenvolvido pela prefeitura com um investimento de R$ 2 bilhões. O projeto tem como meta reduzir pela metade os eventos de inundação em um período de seis anos, com início de obras estratégicas incluindo urbanização de comunidades, drenagem e saneamento básico robustos. Ainda estão previstas construções de parques alagáveis, que podem ser usados como áreas de lazer nos dias secos, e a melhoria de reservatórios sob pavimentos.