Milhares de buracos nas ruas de Porto Alegre são identificados por IA
No esforço por melhorar a infraestrutura das ruas, a cidade de Porto Alegre adotou um sistema inovador para identificar e reparar buracos. Usando câmeras acopladas na parte superior de veículos, a tecnologia captura imagens das vias enquanto os carros circulam, permitindo que uma inteligência artificial analise as condições do pavimento em tempo real. Assim, o sistema consegue detectar padrões e defeitos na estrada, como buracos e desníveis.
Como o sistema de detecção funciona?
Além das câmeras, sensores nas rodas dos veículos identificam anomalias na pavimentação. Esses dados são enviados para um sistema centralizado que gera ordens de serviço, facilitando reparos rápidos e eficientes. Essa abordagem visa manter a qualidade das vias, prevenindo que uma rua que hoje está em estado ótimo se deteriore sem a devida atenção.
O modelo adotado pela prefeitura envolve veículos equipados com tecnologia avançada que captura e interpreta imagens das ruas. Ao identificar buracos e imperfeições, o sistema registra a localização exata dessas falhas. Esse processo permite que mais de 2,6 mil buracos já tenham sido cadastrados desde o início da operação. O custo de implementação de R$ 2,85 milhões anuais é justificado pela agilidade e precisão no tratamento das vias.
Situação atual das vias em Porto Alegre
Porto Alegre conta com 3,4 mil km de ruas, sendo que até agora 49,57% desse total já teve seus dados recolhidos pelo sistema. A análise revelou que a maioria das vias apresenta nível de qualidade entre ótimo e bom. No entanto, 26% das ruas foram classificadas como ruins ou péssimas, indicando a necessidade de intervenções urgentes para corrigir danificações significativas no pavimento.
Os cidadãos que usam as ruas diariamente, como José Silva, um entregador de 74 anos, relatam os desafios que enfrentam ao transitar por áreas problemáticas. Para muitos, lidar com buracos se tornou uma tarefa comum, muitas vezes resultando em danos materiais. José, que utiliza uma bicicleta para suas entregas, já experimentou dificuldades devido aos buracos nas regiões que percorre.
A situação se agrava em locais como a Rua Luiz Felipe Zamprogna, onde motoristas de aplicativo evitam atender a região, e na Avenida Soledade, onde o estado do asfalto apresenta riscos. Moradores apontam que, em alguns casos, o desgaste do pavimento é tão severo que serviços de emergência, como ambulâncias, encontram dificuldades para acessar certas áreas.