Munícipios do Ceará vão perder recursos após “diminuírem”

Em virtude dos recentes dados populacionais divulgados pelo Censo 2022, 23 municípios no Ceará estão sob o risco de não receberem mais recursos provenientes do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), cujas origens são o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Ao comparar os dados do Censo Demográfico de 2022 com os dados do Censo de 2010, foi percebido o registro de uma redução na população de 71 municípios cearenses. O FPM considera a renda per capita do estado e a quantidade de residentes em cada cidade para calcular a distribuição dos recursos financeiros. Logo, com a diminuição de habitantes, o valor repassado também é alterado.

Entretanto, nem todos os municípios perderão recursos, tendo em vista que o FPM classifica as cidades em faixas populacionais. A partir dessas faixas, é atribuído a cada município um coeficiente que pode variar de 0,6 a 4. Confira!

Cidades afetadas

  • Abaiara;
  • Acopiara;
  • Aiuaba;
  • Amontada;
  • Apuiarés;
  • Aquiraz;
  • Aurora;
  • Boa Viagem;
  • Caridade;
  • Catarina;
  • Cedro;
  • Choró;
  • Iguatu;
  • Ipueiras;
  • Itapajé;
  • Madalena;
  • Maranguape;
  • Pacajus;
  • Pacatuba;
  • Piquet Carneiro;
  • Potengi;
  • Santana do Cariri;
  • Viçosa do Ceará.

O que dizem os prefeitos?

Juntamente com o estudo técnico, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) emitiu uma nota questionando os dados do Censo, alegando que essas informações não representam “com fidedignidade a realidade do País”.

A organização destaca problemas identificados na coleta de dados, que teriam causado distorções nos resultados. O presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Júnior Castro, afirma que a maioria dos municípios está insatisfeita com o Censo.

“Tendo em vista uma série de problemas que aconteceram durante a sua realização e que fizeram com que os dados não fossem os mais precisos, o que vai acabar prejudicando algumas políticas públicas existentes, devido às populações não serem as reais”, disse o prefeito do município de Chorozinho.

Em relação às preocupações levantadas pelos prefeitos, o IBGE informa que os gestores têm um prazo de 10 dias, a partir da divulgação dos resultados, em 29 de junho de 2023, para apresentar contestações e questionamentos sobre os dados.

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