Pará registra redução no desmatamento em 2023; veja dados

Ainda que contínua, a destruição da Amazônia tem apresentado uma queda significativa nos últimos tempos. Em novembro de 2023, foi registrada a menor derrubada de florestas na Amazônia desde 2017, de acordo com dados do Imazon, instituto que monitora a situação via satélite.

O instituto aponta que, no mês de novembro, foram derrubados 116 km² de floresta, o que corresponde a uma redução de 80% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a devastação alcançou a marca de 590 km². Os números não param por aí: o desmatamento acumulado de janeiro a novembro apresentou uma diminuição de 62%, de 10.286 km², em 2022, para 3.922 km², em 2023.

Qual o significado desses números para o futuro da Amazônia?

Mesmo que a atual situação represente uma melhora significativa em relação aos últimos anos, é essencial uma contínua redução da taxa de desmatamento para que se atinja a meta de desmatamento zero até 2030, proposta pelo governo federal.

Por dia, ainda são devastados cerca de 1,2 mil campos de futebol de floresta na Amazônia. Em relação ao estado do Pará, a redução de desmatamento chegou a 67%, passando de 3.788 km², em 2022, para 1.196 km², em 2023.

O que impulsiona essa redução no desmatamento?

As recentes Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, como a COP 28, foram cenário de forte pressão de sociedades científica e civil por ações eficientes para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. No Brasil, isso representa principalmente a necessidade de finalizar o desmatamento da Amazônia, responsável pela maior parcela de emissões do país no ano passado, conforme explica Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon.

Além disso, a adoção de práticas sustentáveis e a efetivação de políticas de preservação são fatores que contribuem para a diminuição do desmatamento. Entre elas, a recuperação de áreas ameaçadas, desenvolvimento sustentável através de produtos da região, como a castanha, e planos de manejo de Unidades de Conservação.

Embora os números atuais sejam positivos, apenas o constante esforço e dedicação de governos, sociedades civis e comunidades locais poderão garantir a continuação da redução do desmatamento e, assim, preservar a Amazônia para as futuras gerações.