Por que as grandes cidades de Pernambuco “encolheram” nos últimos anos? Entenda
O Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou uma nova dinâmica de crescimento dos municípios pernambucanos. Isso porque grandes cidades do estado foram “encolhendo” com o passar dos anos, como é o caso de Recife e Olinda. Mas qual o motivo da mudança?
Saiba mais detalhes.
Entenda o encolhimento de grandes centros urbanos de Pernambuco
Como revelou o Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cidades de Pernambuco, como Recife e Olinda, estão “encolhendo” nos últimos anos, tendo diminuído, respectivamente, 3% e 7,4% da sua população. Nesse sentido, especialistas estão em busca dos motivos.
Para o pesquisador Wilson Fusco, da Fundação Joaquim Nabuco, a diminuição das taxas de fecundidade seria uma das causas. “Essa queda de fecundidade tem sido observada desde os anos 1970 e está num nível baixíssimo hoje. Isso também repercutiu no adensamento domiciliar. No Recife, é a mesma coisa”.
Além disso, um outro aspecto apontado pelo pesquisador para o encolhimento dessas cidades são os problemas de infraestrutura nesses centros urbanos. É o caso de alagamentos em dias de chuva, insegurança, trânsito e aumento do custo de vida, que acabam afastando as pessoas das metrópoles.
Por outro lado, a qualidade de vida no interior também melhorou. “É uma mudança profunda, pelas melhorias do PIB, políticas sociais, possibilidades tecnológicas, barateamento dos transportes. Tudo isso transformou o mundo rural e criou oportunidade para as pessoas saírem das cidades”, avalia Fusco.
Em relação ao caso específico de Recife, Nilson Crocia de Barros, professor da disciplina de Geografia da População na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), aponta para o fato de que a capital pernambucana deixou de ser o grande polo comercial dentro da Região Metropolitana nos últimos anos.
“A gente vê como declinou comercialmente. E vamos aos municípios periféricos, onde a gente vê uma grande dinâmica comercial, como Abreu e Lima, Paulista, Jaboatão [dos Guararapes]”, afirma o professor.
Imagem: Reprodução/Folha de Pernambuco