Preocupação! Número de negativados sobe no Ceará e população fica em estado de alerta

O mês de julho trouxe um aumento significativo de 16,89% no número de indivíduos com pendências financeiras no Ceará.

Os dados provêm do Indicador de Inadimplência, cuja divulgação foi conduzida conjuntamente pelo SPC Brasil e pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL CE), através do relatório “Radar do Comércio Cearense”.

Entenda o motivo do aumento no número de negativados no estado

No contexto mensal, isto é, na comparação entre julho e o mês anterior, foi registrado um acréscimo de 5,63% no total de pessoas negativadas no estado. Quanto ao montante médio em dívidas para cada indivíduo com pendências, estima-se um valor de R$ 3.450,49.

Freitas Cordeiro, presidente da FCDL CE, observou que ainda não é possível vislumbrar um movimento de redução da inadimplência, já que as taxas de crescimento no número de pessoas negativadas têm se mantido em níveis elevados desde o começo de 2021.

A dinâmica se explica, em parte, pela diminuição da renda média observada ao longo do último ano. Essa conjuntura recebe um esclarecimento mais profundo com os mais recentes dados relativos ao mercado de trabalho, que demonstram uma redução nas taxas de desemprego e uma gradual retomada da renda, o que traz consigo uma dose de otimismo.

A análise dos registros de inadimplência no Ceará revela um aumento nas dívidas com atrasos de até 90 dias. Segundo o Indicador de Inadimplência, a porcentagem de consumidores que se encontram nessa faixa saltou de 10% em junho de 2023 para 15% em julho. Contrapondo essa realidade, aproximadamente 18,7% das pessoas com pendências têm atraso há um período entre 4 e 5 anos.

Desaceleração

Desirée Mota, economista, enfatiza que os números destacam o cenário de endividamento, uma realidade prejudicial. Ela sublinha que esse indicador continua a aumentar, o que não traz benefícios para a economia cearense e tampouco para o setor comercial.

Nesse contexto, ressalta-se a importância de as pessoas investirem em educação financeira, visto que a condição de ter o nome negativado acarreta sérias consequências. Apostar na gestão adequada das receitas e despesas é crucial para reverter esse quadro.

De acordo com a economista, até o final do ano, é esperado que ocorra uma tendência de desaceleração desses indicadores, em paralelo com a redução do desemprego e uma possível recuperação da renda. Essas perspectivas indicam a possibilidade de um aumento no poder de compra do consumidor e um maior volume de transações no mercado.

Imagem: Reprodução/Varejo S.A.