Raquel Lyra possuí segundo maior salário entre governadores do Brasil; veja ranking

Recentemente, a discussão sobre o aumento dos salários recebidos pelos governadores brasileiros ganhou destaque após a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovar um reajuste significativo. Em meio a um cenário econômico desafiador, as mudanças salariais nos altos escalões políticos trazem à tona debates sobre equidade e representatividade.

O estado de Pernambuco, sob liderança de Raquel Lyra (PSDB), aprovou em dezembro de 2022 um aumento que elevou o salário do governador de R$ 9,6 mil para R$ 22 mil. Contudo, Raquel Lyra optou por continuar recebendo R$ 42,1 mil, valor correspondente ao seu antigo cargo de procuradora do estado.

Por que os salários dos governadores estão sob escrutínio?

O contraste entre o salário de Lyra e a renda per capita em Pernambuco, que gira em torno de R$ 1.113, é substancial. Esse desbalanceamento chama atenção para a disparidade de renda no estado, destacando-se como um exemplo do desafio em equilibrar remunerações no setor público, especialmente em posições de liderança.

Um levantamento sobre os salários dos governadores em diferentes estados brasileiros revela uma grande variação. Por exemplo, Sergipe e Acre reportam vencimentos bem acima da média, com os governadores Fábio Mitidieri e Gladson Cameli recebendo, respectivamente, R$ 44.008,52 e R$ 40.137,69.

Confira abaixo o ranking dos governadores mais bem pagos do Brasil:

  • Sergipe – Fábio Mitidieri (PSD) – R$ 44.008,52
  • Acre – Gladson Cameli (PP) – R$ 40.137,69
  • Minas Gerais – Romeu Zema (Novo) – R$ 39.717,69
  • Mato Grosso do Sul – Eduardo Riedel (PSDB) – R$ 35.462,27
  • Rondônia – Marcos Rocha (União) – R$ 35.462,22
  • Rio Grande do Sul – Eduardo Leite (PSDB) – R$ 35.462,22
  • Bahia – Jerônimo Rodrigues (PT) – R$ 36.171,46
  • Pará – Helder Barbalho (MDB) – R$ 35.363,55
  • São Paulo – Tarcisio de Freitas (Republicanos) – R$ 34.572,89
  • Roraima – Antonio Denarium (PP) – R$ 34.299,00
  • Amazonas – Wilson Lima (União) – R$ 34.070,00
  • Piauí – Rafael Fonteles (PT) – R$ 33.806,39
  • Paraná – Ratinho Junior (PSD) – R$ 33.763,00
  • Maranhão – Carlos Brandão (PSB) – R$ 33.006,39
  • Amapá – Clecio Luis (Solidariedade) – R$ 33.000,00
  • Paraíba – João Azevedo (PSB) – R$ 32.434,82
  • Espírito Santo – Renato Casagrande (PSB) – R$ 30.971,84
  • Mato Grosso – Mauro Mendes (União) – R$ 30.862,79
  • Distrito Federal (Brasília) – Ibaneis Rocha (MDB) – R$ 29.951,94
  • Alagoas – Paulo Dantas (MDB) – R$ 29.365,63
  • Goiás – Ronaldo Caiado (União) – R$ 29.234,38
  • Tocantins – Wanderlei Barbosa (Republicanos) – R$ 28.070,00
  • Santa Catarina – Jorginho Mello (PL) – R$ 25.322,25
  • Pernambuco – Raquel Lyra (PSDB) – R$ 22.000 (Recebe R$ 42.145,88 como procuradora do estado)
  • Rio Grande do Norte – Fátima Bezerra (PT) – R$ 21.914,76
  • Rio de Janeiro – Claudio Castro (PL) – R$ 21.868,14
  • Ceará – Elmano de Freitas (PT) – R$ 20.629,59

Especialista argumentam que não há justificativa para reajustes salariais tão expressivos, especialmente quando estes não acompanham a realidade econômica local e a inflação, que são significantemente menores.

A situação econômica do país desempenha um papel crucial nessas decisões. Enquanto alguns estados lutam com déficits e dívidas significativas, observa-se que grandes aumentos salariais para governadores podem não ser justificáveis. Esse contraste gera debates sobre a responsabilidade fiscal e a necessidade de se priorizar o bem-estar da população geral.