5 pontos para entender sobre o aumento da violência policial na Bahia

Durante a última semana, que compreende o intervalo entre 28 de julho e 4 de agosto, a Bahia testemunhou um aumento notável no número de óbitos decorrentes de intervenções policiais, totalizando 31 fatalidades causadas pelas forças de segurança. Os dados mais recentes apontam para um total de 64 mortes ocorridas em decorrência de ações policiais no mês de julho.

Essa informação vem de um levantamento conduzido pelo Instituto Fogo Cruzado, entidade que monitora e consolida informações sobre tiroteios e casos de violência armada na região metropolitana de Salvador. É a maior marca registrada desde julho de 2022, quando o instituto iniciou a monitoramento da violência no estado da Bahia. Confira!

Mortes no estado

Em, pelo menos, quatro episódios ao longo da última semana, foi documentada a ocorrência de, no mínimo, cinco óbitos em cada incidente envolvendo ação policial. No dia 29 de junho, uma operação policial em Jauá resultou na morte de sete indivíduos.

Na sexta-feira passada (4), cinco pessoas morreram em uma ação policial no bairro do IAPI, em Salvador, e um policial ficou ferido. No mesmo dia, outras cinco vítimas perderam suas vidas em um episódio no bairro de Águas Claras.

Também foram registradas situações em que indivíduos sem histórico criminal foram feridos durante operações policiais. Em 31 de julho, Alessandro Miranda Santos (Pantico), jogador de futebol, foi baleado na perna em Lauro de Freitas. Na quinta-feira (3), um músico foi alvejado no nordeste de Amaralina.

Entenda o aumento

O número de óbitos decorrentes de ações policiais na Bahia apresentou um crescimento constante entre os anos de 2015 e 2022, quando o estado passou a liderar as estatísticas como a instituição policial que mais mata no país. A incidência dessas ocorrências aumentou de 354 para 1.464 anualmente.

Em contraste com outros estados, os policiais da Bahia não utilizam câmeras corporais durante o serviço. A implementação dessas câmeras, destinadas a policiais e bombeiros, foi uma promessa do governador Jerônimo Rodrigues durante a campanha eleitoral de 2022.

Além disso, a polícia baiana não incorpora os casos de mortes resultantes de intervenções policiais nos índices de mortes violentas do estado. Foi explicado que “não coloca homicídio, latrocínio ou lesão dolosa seguida de morte praticado contra um inocente na mesma contagem dos homicidas, traficantes, estupradores e assaltantes, entre outros criminosos, mortos em confrontos durante ações policiais”.

Imagem: Reprodução/Correio da Bahia