Ceará é o 2º estado com mais diversidade racial em terras indígenas no Brasil

De acordo com o levantamento do Censo Demográfico de 2022, tornou-se evidente que a proporção de um terço dos residentes de terras indígenas (TIs) submetidas a processos de demarcação no Ceará não se autodeclara como indígena.

O panorama, divulgado na última segunda-feira (7), ilustra que o estado ocupa a segunda posição no Brasil quando se trata dos menores percentuais de habitantes autodeclarados indígenas residindo dentro das Terras Indígenas, ficando atrás apenas do Piauí.

Conforme a delimitação oficial adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as terras indígenas são categorizadas como declaradas, homologadas, regularizadas ou em processo de aquisição para estabelecimento como reserva indígena. Essa classificação abrange o período até 31 de julho de 2022, data de referência do Censo. Saiba mais!

Realidade no Brasil

A análise dos dados segmentados pelas Unidades da Federação revela uma variação significativa nos percentuais de indígenas residentes em Terras Indígenas. Os três estados que registram os menores índices são Pernambuco, com uma proporção de 61,74% (34.314 indivíduos), seguido pelo Ceará, onde 65,47% (10.524) dos residentes são indígenas, e o Piauí, com uma taxa de 69,51% (114).

Em contrapartida, os índices mais elevados são observados no Rio de Janeiro, onde a totalidade dos habitantes das terras indígenas é composta por indígenas (100%, ou seja, 539 pessoas). O Amapá segue em segundo lugar, com 99,77% (7.853) dos residentes reconhecidos como indígenas.

Sergipe vem logo em seguida, com 99,40% (329) dos moradores das terras sendo indígenas. Essa diversidade nos percentuais reflete a heterogeneidade da situação das terras indígenas em diferentes partes do país.

Terras indígenas no Ceará

Em um panorama abrangente, as terras situadas no estado do Ceará contabilizam um total de 16.074 habitantes. Porém, desses, um contingente de 5.550 indivíduos optou por não se autodeclarar como indígena, conforme indicado na lista abaixo:

  • Tapeba (Caucaia): 4.753;
  • Tremembé da Barra do Mundaú (Itapipoca): 438;
  • Pitaguary (Maracanaú e Pacatuba): 286;
  • Lagoa Encantada (Aquiraz): 42;
  • Tremembé de Queimadas (Acaraú): 21;
  • Taba dos Anacé (Caucaia): 8;
  • Córrego João Pereira (Itarema e Acaraú): 2.

A comunidade Tapeba ocupa o terceiro lugar no ranking nacional das terras indígenas com maior presença de não-indígenas, situando-se logo após Fulni-ô, em Pernambuco, que registra 20.673 indivíduos não-indígenas, e São Marcos, em Roraima, com um total de 7.882 não-indígenas.

Imagem: Reprodução/SVM