Acarajé é da Bahia ou do Rio de Janeiro? Especialistas esclarecem questão histórica e cultural
Depois que o governo do Rio de Janeiro anunciou que o acarajé deve se tornar um patrimônio do estado, o tema repercutiu nas redes sociais, uma vez que o prato, geralmente, é relacionado à culinária baiana. Sendo assim, especialistas são capazes de responder a essa questão cultural e também histórica. Saiba mais detalhes.
Acarajé é um prato da Bahia ou do Rio de Janeiro?
Na última semana, o governo do Rio de Janeiro anunciou, no Diário Oficial, que o acarajé deve se tornar patrimônio histórico e cultural do estado. Uma vez que o prato, na maioria das vezes, é ligado à cozinha baiana, o tema acabou repercutindo e dúvidas foram levantadas a respeito da origem do famoso quitute.
Para o professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e doutor em antropologia Vilson Caetano, o famoso prato é, na verdade, de origem africana. “O acarajé não é da Bahia, é do mundo. Por onde o africano iorubá passou, ele fez bolinho de feijão. O acarajé não é de um estado, ele é universal”, disse.
Já o historiador e influenciador digital, Matheus Buente, acredita que, a partir do momento que um estado declara algo como sendo um patrimônio, ele leva em conta sua relevância para a cultura local.
“Quando algum lugar decreta algo como patrimônio histórico cultural, ele não está dizendo que aquele ‘bagulho’ é daquele lugar. Está dizendo apenas que é importante para a cultura, porque é uma cidade de população negra grande, com influência africana, e lá também se vende acarajé”, explicou em um vídeo.
Vale ressaltar que o acarajé já é considerado um patrimônio cultural brasileiro desde 2004, depois de estudos realizados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Para o órgão, o prato é um “alimento emblemático do universo dos saberes e modos de fazer das baianas do tabuleiro”.
Imagem: Divulgação/Acarajé da Cira