Ceará já teve campos de concentração! Saiba mais sobre esta história
Você sabia que o estado do Ceará já manteve campos de concentração? Ao todo, foram sete desses espaços voltados a confinar os retirantes da seca e separá-los da sociedade. A política durou um ano, durante o período da estiagem. A proximidade com as estações de trem era uma das características.
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Retirantes cearenses foram enviados a campos de concentração durante a seca
Ao todo, o estado do Ceará contou com sete campos de concentração, sendo dois na capital e três no interior do estado, todos próximos de estações de trem. Os espaços foram parte de uma política pública que começou a vigorar no ano de 1932, durante um período intenso de estiagem no território cearense.
A proposta dos campos era confinar os retirantes da seca, uma classe que começou a incomodar os moradores das áreas mais nobres das cidades do estado. De acordo com a historiadora Kênia Rios, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), os pobres foram sendo cada vez mais excluídos.
“Toda essa idealização de cidade vai se consolidando e definindo espaços muito concretos de exclusão. Então você tem, nos anos 1930, esse aformoseamento da cidade sempre na perspectiva de excluir cada vez mais os mais pobres. Quem tem direito a essa cidade idealizada são determinados grupos”, explica.
Durante esse período, esses retirantes foram levados para esses espaços com o pretexto de que lhes seria oferecida uma vida melhor, com trabalho, comida e proteção. No entanto, nos campos, faltava higiene e condições básicas de sobrevivência, o que provocou a morte de milhares de sertanejos fugidos da seca.
Essa dura política pública durou um ano, sendo finalizada em 1933, no governo do presidente Getúlio Vargas, quando o período de chuvas voltou. Na época, o chefe do Executivo tinha um interventor no estado do Ceará, em um momento de intensa centralização do poder federal.
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Imagem: Reprodução/EBC