Cidades do Pará tem pouco tempo para tomar decisão sobre o que fazer com o lixo descartado por moradores
Previsto para encerrar suas atividades em 31 de agosto, o aterro sanitário de Marituba vem desencadeando diversas discussões entre os setores envolvidos com resíduos sólidos. No entanto, até o momento, não foram tomadas decisões definitivas sobre o futuro da gestão desses materiais.
Esse cenário coloca as prefeituras de Belém, Ananindeua e Marituba, que compõem a região metropolitana da capital, diante do desafio de encontrar soluções para lidar com o lixo de aproximadamente 1,9 milhão de paraenses em menos de um mês.
Reciclagem necessária
Especialistas têm destacado a importância do consenso em investir em iniciativas como coleta seletiva e educação ambiental, visando combater o descarte irregular de lixo. Além disso, tais medidas têm o objetivo de reduzir significativamente o volume de rejeitos destinados aos aterros, contribuindo assim para uma gestão mais sustentável e consciente dos resíduos.
Eliane Moreira, responsável pela 5ª Promotoria de Justiça de Marituba, destaca que a verdadeira solução para a questão dos resíduos sólidos requer a implantação efetiva da coleta seletiva. Diante da iminente suspensão das atividades do aterro sanitário de Marituba, especialistas e algumas autoridades enfatizam que a simples disponibilidade de um local apropriado para o descarte de rejeitos não é suficiente.
O enfoque principal é a necessidade de uma eficiente política de reciclagem, visando enviar o mínimo de resíduos possível para os aterros sanitários. Nesse contexto, a educação ambiental da população torna-se uma peça fundamental.
Novo aterro sanitário
Estudos de impacto ambiental têm sido conduzidos para viabilizar a instalação de um novo aterro sanitário na região metropolitana, precisamente em Bujaru. Essa possibilidade tem gerado preocupação entre as comunidades locais, incluindo grupos quilombolas, que temem os possíveis impactos nocivos à vida e à atividade pesqueira na região.
De acordo com a Guamá Tratamento de Resíduos, a própria empresa tomou a iniciativa de buscar locais que permitam estudos para a possível instalação de novos aterros sanitários legalizados. Essa decisão foi motivada pelo prazo estabelecido pela Justiça para o encerramento das atividades do aterro de Marituba em relação ao recebimento de resíduos.
Contudo, a solução proposta pela empresa privada não foi bem recebida pelos moradores de Bujaru e dos municípios vizinhos. Em 5 de agosto de 2022, manifestantes realizaram um protesto interditando parte da rodovia PA-483, conhecida como Alça Viária, em oposição à instalação do novo aterro sanitário.
Imagem: Cristino Martins/Agência Pará