Disputa de 265 anos entre Ceará e Piauí pode finalmente acabar
Há mais de dois séculos, os estados do Ceará e do Piauí estão travando uma disputa por um território de 3 mil quilômetros quadrados, onde estão vivendo 8 mil pessoas. Cada estado defende a sua versão desse conflito e, hoje, o caso está parado no Supremo Tribunal Federal. Mas isso pode estar prestes a mudar. Entenda a situação.
Disputa territorial entre os estados atravessa gerações e pode chegar ao fim
De acordo com o estado do Piauí, o Ceará está, há mais de 200 anos, avançando de forma indevida nos seus territórios. Os responsáveis por esse avanço seriam Carnaubal, Crateús, Croatá, Granja, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, Ipaporanga, Ipueiras, Poranga, São Benedito, Tianguá, Ubajara e Viçosa do Ceará.
Além disso, segundo os advogados piauienses, as cidades de Buriti dos Montes, Cocal, Cocal dos Alves, Luís Correia, Pedro II, Piracuruca, São João da Fronteira e São Miguel do Tapuio teriam sido prejudicadas com o avanço irregular. Todas elas estão na Serra da Ibiapaba, uma cadeira que divide os dois estados.
No entanto, o estado do Ceará rebate essas acusações, afirmando que os seus atuais territórios foram garantidos por um decreto do período imperial. O fato é que, há doze anos, o caso está parado na mesa da ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), que até agora não tomou uma decisão.
Em 2012, a ministra convocou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Exército para uma perícia nos municípios para resolver a disputa. Por causa de problemas na execução, a análise da região só teve início em agosto deste ano e será concluída em 2024, o que pode finalmente resolver o conflito.
Lídia Rodrigues, uma moradora da cidade de Poranga, no Ceará, afirmou ser contrária à troca de estado, uma vez que se sente pertencente ao território piauiense. “A impressão é que se trata de uma questão política entre os estados, mas no meio disso tem gente. Nossa opinião e sentimento devem importar”.
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