Grande maioria dos municípios de Pernambuco com maior queda populacional ficam nesta região do estado
De acordo com os dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no fim de junho, a Mata Sul de Pernambuco vivenciou uma expressiva redução populacional nos últimos anos.
Apenas cinco cidades da região, que é um tradicional polo sucroalcooleiro do estado, registraram crescimento, como é o caso de Chã Grande. Já em cada dez municípios que mais perderam população em Pernambuco, oito estão na Mata Sul do estado. As exceções são Salgadinho e Machados.
Saiba mais detalhes e entenda os principais motivos.
Decadência do açúcar e falta de projetos são algumas causas da queda populacional
O economista Ademilson Saraiva explica que toda a região da Mata Sul está envolvida com o Complexo Industrial Portuário de Suape. “Vimos uma mobilização muito grande de mão de obra em meados da década passada e aí vieram os problemas políticos, especialmente relacionados à Lava Jato”, afirma.
Além disso, a desativação do Estaleiro Atlântico Sul também pode ter provocado uma queda no fluxo de trabalhadores da região. “Houve o desinvestimento do estaleiro, a paralisação da atividade do setor naval, isso é um dos motivos [da queda populacional]”, explica Saraiva.
Já o professor Ubiratan Gonçalves afirma ainda que a decadência da monocultura da cana-de-açúcar pode ser uma das causas. “As pequenas cidades dali se organizaram em função da cana. Chegava na época do corte, da moagem, esse povo não parava. Só que com a pecuária não existe esse ciclo”, aponta.
Por fim, o professor lembra da ausência de projetos de desenvolvimento regional. “Sem plano, são os grandes grupos econômicos que estão fazendo a gestão do território. Um grupo aqui se associa com outro, vai expandindo, comprando terras decadentes. Isso aumenta os conflitos de terra”, conclui.
Ranking das cidades pernambucanas com queda populacional
Confira os municípios com as maiores quedas populacionais no estado de Pernambuco:
- Salgadinho (-38,50%);
- Gameleira (-34,74%);
- Quipapá (-25,87%);
- Ribeirão (-24,70%);
- Maraial (-23,48%);
- Água Preta (-20,05%);
- Cortês (-18,42%);
- Xexéu (-17,61%);
- Machados (-16,83%);
- Amaraji (-16,83%).
Imagem: Reprodução/TV Globo