Número de mortes em operações policiais na Bahia gera preocupação; saiba mais

De acordo com o governo do estado da Bahia, entre janeiro de 2021 e junho deste ano, foram registradas 3.560 mortes em operações policiais. Nesse sentido, o aumento da letalidade policial coincide com o fortalecimento de facções criminosas no estado e com a segurança pública pautada no confronto.

Saiba mais detalhes.

Mortes em operações policiais têm avanço expressivo na Bahia

Segundo dados do governo estadual, acessados via Lei de Acesso à Informação, dos 3.560 mortos em ações da polícia entre janeiro de 2021 e junho de 2023, 753 foram somente nos seis primeiros meses deste ano. Além disso, 213 assassinatos foram cometidos apenas na capital do estado, Salvador.

Para Renato Dirk, cientista social e coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos, da Universidade Federal Fluminense, a institucionalização do confronto como política de segurança pública é uma das causas de números tão expressivos para além do fortalecimento das facções criminosas.

“A lógica de enfrentamento, sem muito ou nenhum planejamento, pode derivar para muito mais mortes causadas pela polícia se comparado com ações mais planejadas, pontuais e direcionadas”, afirma. Segundo ele, há uma subnotificação, já que só são consideradas as mortes em que a vítima utiliza força.

Nesse sentido, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, desde a gestão de Rui Costa (PT) em 2015, a polícia da Bahia foi se transformando na mais letal do país. Entre as razões para essa condição, estão a formação dos policiais, a impunidade das autoridades, a descrença na Justiça e outras.

Em relação às milhares de vítimas dessas operações, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a maioria são homens negros, enquanto que a média de idade é de 21 anos. Quanto ao perfil dos mortos, Dirk reforça que, na maioria dos casos, “são jovens, negros, moradores de favelas”.

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Imagem: Reprodução/Focus Concursos