Por que o número de mortos por polícias na Bahia cresceu tanto? Entenda
O aumento substancial da letalidade em operações policiais na Bahia tem gerado destaque nas últimas semanas, com registros de pelo menos 36 incidentes em um período de cerca de um mês. Entretanto, esse incremento nas estatísticas não é um fenômeno isolado.
Segundo informações compiladas pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), as fatalidades resultantes de intervenções policiais tiveram um crescimento expressivo, ultrapassando mais de quatro vezes os números a partir de 2015. Naquele ano, a taxa de ocorrências desse tipo estava em 2,3 por cada 100 mil habitantes.
O motivo por trás desses índices alarmantes na Bahia
Embora parte desse incremento possa ser atribuída a um maior registro dos casos, especialistas que monitoram o panorama da segurança pública apontam para um incontestável aumento na letalidade policial no território estadual.
No ano de 2015, o número absoluto de fatalidades causadas pela polícia era de 354. Já em 2022, esse número saltou para 1.464, equivalente a uma média de quatro mortes diárias, representando o maior registro absoluto em todo o país. Essa ascensão marca um crescimento de 313% durante esse período.
Ademais, é importante destacar a significativa participação de agentes estatais nos conflitos armados. Em média, cerca de 36% dos casos reportados a cada mês na região metropolitana envolvem agentes do Estado, fato que está associado a uma letalidade alarmante.
Como melhorar o quadro?
Na perspectiva de Eduardo Ribeiro, há três medidas cruciais a serem implementadas para reduzir os óbitos resultantes de intervenções por agentes do Estado. Duas dessas medidas estão diretamente relacionadas às ações governamentais.
A primeira consiste na implantação de um maior controle sobre as atividades policiais, incluindo a utilização de câmeras nas vestimentas dos agentes, uma prática que já está sendo testada na Bahia. A segunda aborda uma transformação na abordagem estratégica. Para Eduardo, a segurança pública não deve ser encarada exclusivamente sob a perspectiva policial.
Por fim, é fundamental que outras secretarias estaduais, como a de Educação e a de Direitos Humanos, colaborem em conjunto para uma abordagem preventiva abrangente.
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Imagem: Reprodução/Focus Concursos